Dice la canción

Cachimbo da paz de Gabriel O Pensador

album

Mtv ao vivo

14 de diciembre de 2011

La canción "Cachimbo da paz" de Gabriel o pensador, perteneciente al álbum MTV ao vivo, es una reflexión profunda sobre la violencia, la hipocresía y las contradicciones en la sociedad. A través de la historia del indio que llega con su cachimbo de paz a un entorno plagado de criminalidad y corrupción, se hace una crítica mordaz a las autoridades, a la injusticia y a la falta de coherencia moral que prevalece.

En la letra de la canción se plasma cómo los líderes políticos cambian de roles y responsabilidades sin solucionar verdaderamente los problemas. El presidente, representante máximo del poder, opta por dejar su función para relajarse en el pantanal y deja al indio como ministro de justicia, revelando así el desinterés por enfrentar los conflictos cotidianos.

El indio simboliza aquí al individuo auténtico y justo que busca promover un cambio desde un lugar distinto al establecido. Sin embargo, su cachimbo de paz es prohibido por aquellos que se benefician del caos y la discordia reinantes en la sociedad. Así, se retratan situaciones absurdas donde el índice de violencia aumenta mientras que las leyes limitan el acceso a métodos pacíficos de resolución.

La ironía presente en toda la canción es palpable cuando se menciona que el único objeto destinado a calmar los ánimos y promover la armonía es considerado ilegal. Se cuestiona no solo el sistema social desigual e hipócrita, sino también la validez moral de las leyes impuestas por aquellos que buscan mantener el status quo.

Gabriel o pensador utiliza metáforas fuertes y directas para dejar clara su crítica hacia las instituciones gubernamentales corruptas y negligentes. La canción destaca cómo se castiga lo benigno pero se tolera lo perjudicial, evidenciando así una inversión de valores preocupante en esta sociedad ficticia descrita.

En cuanto al género musical, esta pieza fusiona elementos del rap y hip hop brasileño característicos de los años 90. La cadencia rítmica acompaña las letras cargadas de contenido social y político, creando una narrativa potente que invita a reflexionar sobre las problemáticas presentes en nuestra realidad.

Este análisis permite apreciar más allá del ritmo pegajoso y contundente de "Cachimbo da paz", revelando capas profundas de significado e invitando al oyente a cuestionar el funcionamiento ético y moral imperante en nuestra sociedad actual. La música como vehículo para denunciar injusticias continúa siendo una herramienta fundamental para despertar conciencias y fomentar el cambio.

Interpretación del significado de la letra realizada con IA.

A criminalidade toma conta da cidade
a sociedade põe a culpa nas autoridades
o cacique oficial viajou pro pantanal
porque aqui a violência tá demais
e lá encontrou um velho
índio que usava um fio dental e fumava um cachimbo da paz
o presidente deu um tapa no cachimbo e na hora de voltar pra capital ficou com preguiça
trocou seu pallitó pelo fio dental e nomeou o velho índio pra ministro da justiça
e o novo ministro, chegando na cidade, achou aquela tribo violenta demais
viu que todo cara-pálida vivia atrás das grades e chamou a tv e os jornais
e disse: "índio chegou trazendo novidade
índio trouxe cachimbo da paz
Maresia, sente a maresia maresia ...
apaga a fumaça do revólver, da pistola
manda a fumaça do cachimbo pra cachola
acende, puxa, prende passa
índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta
dizem que é do bom
dizem que não presta
querem proibir, querem liberar
e a polêmica chegou até o congresso.
tudo isso deve ser pra evitar a concorrência
porque não é hollywood mas é o sucesso
o cachimbo da paz deixou o povo mais tranquilo
mas o fumo acabou porque só tinha oitenta quilos
e o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva e prometeu voltar com uma tonelada
só que quando ele voltou "sujou"
a polícia federal preparou uma cilada -
"o cachimbo da paz foi proibido
entra na caçamba, vagabundo
vâmo pra dp ê, ê, ê, ê índio tá fudido porque lá o pau vai comer"
Maresia, sente a maresia maresia ...
apaga a fumaça do revólver, da pistola
manda a fumaça do cachimbo pra cachola
acende, puxa, prende passa
índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Na delegacia só tinha viciado e delinquente
cada um com um vício e um caso diferente
um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele não vendia pinga fiado
e um senhor bebeu uísque demais, acordou com um travesti e assassinou o coitado
um viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a aposta e ela foi sequestrada
era tanta ocorrência, tanta violência, que o índio não tava entendendo nada
ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento e acendeu um "da paz" pra relaxar
mas quando foi dar um tapinha levou um tapão violento e um chute naquele lugar
foi mandado pro presídio e no caminho assistiu um acidente provocado por excesso de cerveja:
uma jovem que bebeu demais atropelou o padre e os noivos na porta da igreja
e pro índio nada mais faz sentido
com tantas drogas proque só o seu cachimbo é proibido?
Maresia, sente a maresia maresia ...
apaga a fumaça do revólver, da pistola
manda a fumaça do cachimbo pra cachola
acende, puxa, prende passa
índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Na penitenciária o
"índio fora da lei" conheceu os criminosos de verdade
entrando, saíndo e voltando cada vez mais perigosos pra sociedade
aí cumpádi, tá rolando um sorteio na prisão
pra reduzir a superlotação todo mês alguns presos tem que ser executados
e o índio dessa vez foi um dos sorteados
e tentou acalmar os outros presos:
"peraí, vâmo fumar um cachimbinho da paz ..."
eles começaram a rir e espancaram o velho índio até não poder mais
e antes de morrer ele pensou:
"essa tribo é atrasada demais ...
eles querem acabar com a violência, mas a paz é contra a lei e a lei é contra a paz"
e o cachimbo do índio continua proibido
mas se você quer comprar é mais fácil que pão
hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram o velho índio na prisão.

0

0